sexta-feira, agosto 13, 2004
O Caminho de Santiago em BTT por David Neves
Tive a sorte de poder fazer os Caminhos de Santiago. De início, por se tratar de uma peregrinação de bicicleta e por envolver grande esforço físico não fui atraído pela viagem.
Acabei por ir, não fui contrariado, mas não ia tão entusiasmado como costumo ir quando vou de férias para uma qualquer estância turística.
Estávamos em plenas férias de Verão, o normal com este calor é irmos passar umas férias para um sitio quente, gozar o sol e tomar banho nas águas do mar. Cenário mais desolador o que encontrámos, nada próprio de umas férias de Verão, o sítio onde partimos (Somport) estava um “frio de rachar” e podia-se ver neve no alto das montanhas que pertencem à cordilheira dos Pirinéus.
Tinha feito uma viagem enorme (de carro) passei um dia e uma noite dentro do carro, meio acordado, meio a dormir. Planeara passar umas férias de Verão quentes, como era habitual, podem imaginar que não foi a minha revolta quando cheguei e vi neve. A primeira etapa da peregrinação terminava em Canfranc eram poucos quilómetros, por isso decidi fazê-la, embora estivesse constantemente a perguntar-me porque decidi vir. Podem achar impossível, ou então pensar que sou um pouco versátil, ou que mudo de opinião à velocidade da luz, mas os poucos quilómetros que fiz até ao fim da primeira etapa serviram para mudar radicalmente de opinião e pensar na sorte que tive em poder vir aos Caminhos de Santiago.
Durante os Caminhos de Santiago o contacto com a natureza, a rigidez dos horários e o esforço físico levado ao extremo permitiram-me uma reflexão séria sobre a vida e o prazer que é conhecer novas gentes, novas terras e acima de tudo ter um contacto próximo com a natureza em diversos locais influenciada nas diferentes tipos de clima.
Descobri que estar nos Caminhos de Santiago me proporcionou vivências e uma maneira de ver a vida diferente, estar nos Caminhos de Santiago cultivou em mim um espirito de equipa e uma maior capacidade de resolver os problemas com eficácia e rapidez, fiquei mais responsável e desenvolvi as minhas relações interpessoais. Os caminhos de Santiago foram uma lição de vida que nunca mais esquecerei! Desenvolvi muitas capacidades. Ainda hoje guardo na memória alguns dos sítios por que passei e pessoas que conheci durante os caminhos. Hoje é muito mais fácil para mim realizar uma tarefa prática ou tomar decisões em casos extremos.
Apesar de ainda ser relativamente novo penso que todas as experiências que vivi nos Caminhos me tornaram um pouco mais “velho” , agora não trocava os caminhos por um qualquer hotel junto à praia, porque isso posso eu ter em todas as férias de Verão, a oportunidade que tive no Verão passado foi única!
Deixo um conselho: não desperdicem a oportunidade de ter umas férias em contacto com a Natureza, em condições simples , porque umas cómodas férias passadas num hotel, poderá repetir sempre que quiser, mas se fizer os Caminhos de Santiago terá uma experiência única!
David Neves
Acabei por ir, não fui contrariado, mas não ia tão entusiasmado como costumo ir quando vou de férias para uma qualquer estância turística.
Estávamos em plenas férias de Verão, o normal com este calor é irmos passar umas férias para um sitio quente, gozar o sol e tomar banho nas águas do mar. Cenário mais desolador o que encontrámos, nada próprio de umas férias de Verão, o sítio onde partimos (Somport) estava um “frio de rachar” e podia-se ver neve no alto das montanhas que pertencem à cordilheira dos Pirinéus.
Tinha feito uma viagem enorme (de carro) passei um dia e uma noite dentro do carro, meio acordado, meio a dormir. Planeara passar umas férias de Verão quentes, como era habitual, podem imaginar que não foi a minha revolta quando cheguei e vi neve. A primeira etapa da peregrinação terminava em Canfranc eram poucos quilómetros, por isso decidi fazê-la, embora estivesse constantemente a perguntar-me porque decidi vir. Podem achar impossível, ou então pensar que sou um pouco versátil, ou que mudo de opinião à velocidade da luz, mas os poucos quilómetros que fiz até ao fim da primeira etapa serviram para mudar radicalmente de opinião e pensar na sorte que tive em poder vir aos Caminhos de Santiago.
Durante os Caminhos de Santiago o contacto com a natureza, a rigidez dos horários e o esforço físico levado ao extremo permitiram-me uma reflexão séria sobre a vida e o prazer que é conhecer novas gentes, novas terras e acima de tudo ter um contacto próximo com a natureza em diversos locais influenciada nas diferentes tipos de clima.
Descobri que estar nos Caminhos de Santiago me proporcionou vivências e uma maneira de ver a vida diferente, estar nos Caminhos de Santiago cultivou em mim um espirito de equipa e uma maior capacidade de resolver os problemas com eficácia e rapidez, fiquei mais responsável e desenvolvi as minhas relações interpessoais. Os caminhos de Santiago foram uma lição de vida que nunca mais esquecerei! Desenvolvi muitas capacidades. Ainda hoje guardo na memória alguns dos sítios por que passei e pessoas que conheci durante os caminhos. Hoje é muito mais fácil para mim realizar uma tarefa prática ou tomar decisões em casos extremos.
Apesar de ainda ser relativamente novo penso que todas as experiências que vivi nos Caminhos me tornaram um pouco mais “velho” , agora não trocava os caminhos por um qualquer hotel junto à praia, porque isso posso eu ter em todas as férias de Verão, a oportunidade que tive no Verão passado foi única!
Deixo um conselho: não desperdicem a oportunidade de ter umas férias em contacto com a Natureza, em condições simples , porque umas cómodas férias passadas num hotel, poderá repetir sempre que quiser, mas se fizer os Caminhos de Santiago terá uma experiência única!
David Neves
